Linfedema: O que é? O que provoca? Como Trata?

Linfedema: O que é? O que provoca? Como Trata?

Introdução

Este é um tema que carece de referências para profissionais de saúde e principalmente para leigos. Por essa razão, há uma grande nebulosidade à respeito dessa doença, algo que esta coluna ao final diminuirá um pouco, principalmente para as pessoas que não são discentes da área de saúde, mas se interessam pelo tema.

Sistema Linfático

É um sistema composto por Capilares Linfáticos, Vasos linfáticos, Ductos Linfáticos e Linfonodos, onde circula a linfa, um líquido similar ao plasma, porém hipoproteico, que também é composto por células reticulares e de defesas, como mastócitos, macrófagos e linfócitos, e está presente em vários locais do corpo, principalmente nos órgão linfoides (como baço e timo). Tem como função principal a eliminação de patógenos, células danificadas e envelhecidas. Por isso, é de extrema importância que esse sistema esteja bem conservado.

O que é Linfedema?

O Linfedema nada mais é que o acúmulo de proteínas no interstício, além de uma alteração histológica que ocorre de forma gradativa gerando repercussões graves na qualidade de vida da pessoa portadora, como inchaço e úlceras em membros.

O edema pode ser causado por insuficiência linfática dinâmica ou insuficiência linfática mecânica. Na primeira forma, mesmo com o aumento compensatório da absorção do transporte linfático, a carga linfática ultrapassa a capacidade total de transporte causando o edema. Exemplos disso são Insuficiência Cardíaca Congestiva e Edemas Venosos.

Na segunda forma, há hipofunção dos vasos e mesmo cargas linfáticas normais acabam extravasando. Este, ao contrário do primeiro tipo, é um edema com grande quantidade de proteínas.

Uma das mais temíveis complicações do linfedema é sua malignização, porém, felizmente, só ocorre em 1% dos casos.

Causas de Linfedemas

As causas podem ser primárias (problemas congênitos nos vasos linfáticos) ou secundárias (trauma, lesões e entre outros). Apesar de ser pouco falada, essa enfermidade acomete cerca de 15% da população mundial e os Linfedemas de membros inferiores correspondem à cerca de 80% dos casos. Porém, Linfedemas de membros superiores, por terem uma maior relação com o câncer, têm uma gama maior de estudos, mesmo tendo menor frequência de registros.

Subdivisões dos Linfedemas

Os Linfedemas primários são subdivididos de acordo com a faixa etária em que aparecem. O Congênito aparece até o segundo ano de vida, o Precoce ocorre no início da adolescência e o Tardio geralmente à partir dos 35 anos, sendo que os dois últimos são mais comuns no sexo feminino.

Independente da causa, o linfedema aumenta a pressão hidrostática nos vasos linfáticos distais causando o edema. A persistência dele favorece a deposição de Matriz Extracelular e fibrose, provocando um “endurecimento” da pele sobrejacente. Às vezes a perfusão insuficiente dos tecidos pode causar ulceração da pele.

Diagnóstico

O diagnóstico geralmente é clínico, porém, quando o paciente apresenta comorbidades que também podem gerar edemas como Obesidade e Insuficiência venosa, é necessário pedir exames complementares, principalmente a linfocintigrafia.

É importante na avaliação do indivíduo com linfedema a quantificação e estadiamento do edema, pois estes dados servirão para o diagnóstico e para a monitorização dos doentes antes, durante e após o tratamento.

Estadiamento

O estadiamento pode ser feito utilizando dois critérios: consistência da pele e ocorrência ou não de redução do linfedema após 24 horas de elevação do membro afetado. Dessa forma, temos o Estadio I, também chamado de edema reversível, que é suave e some com a digitopressão. O estadio II, em que o edema ainda é depressível, mas raramente regride com a elevação do membro por 24horas; e o Estadio III ou elefantíase que cursa com acentuada deposição de fibrose no tecido subcutâneo e não ocorre endentação da pele à digitopressão.

Tratamento

O tratamento deve ser individualizado levando em conta a localização, estadiamento, gravidade, além das doenças associadas. Atualmente, a abordagem terapêutica mais efetiva e amplamente aceita é a terapia combinada (Complex Descongestive Therapy, CDT).

A primeira fase da CDT é a educação de cuidados da pele e fâneros para minimizar o risco de complicações infeciosas, exercício físico regular, drenagem linfática manual e medidas de compressão externa. A duração do tratamento é bastante variável e deve se arrastar até a diminuição do edema atingir um valor satisfatório.

Após esse período de cerca de 3 à 8 semanas, começa a segunda fase do tratamento, que consiste em cuidados da pele e fâneros, exercício físico regular e medidas de contenção elástica.

Vale lembrar que tratamentos farmacológicos e cirúrgicos, atualmente, não tiveram sua eficácia devidamente comprovada. Porém, os avanços recentes na engenharia genética poderão trazer bons prognósticos para os acometidos por essa patologia.

Conclusão

É notório que ainda é necessário descobrir muita coisa à respeito das causas, desenvolvimento e tratamento do Linfedema e, por isso, este é um dos maiores desafios do Futuro da Medicina. O futuro vem com pesquisas a respeito do tema, o que vai dando mais esperanças de cura aos portadores dessa enfermidade

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