Crise de ansiedade: o que fazer quando ela acontece?

Crise de ansiedade: o que fazer quando ela acontece?

Crise de ansiedade ou ataque de pânico é o momento em que os sintomas da ansiedade se manifestam de forma abrupta e intensa. Assim, são caracterizados principalmente por taquicardia, respiração irregular, medo e tremores no corpo.

Na maioria das vezes, quem sofre de crise de ansiedade já possui um histórico de ansiedade generalizada ou síndrome do pânico, resultando no descontrole das emoções e da respiração diante de alguma situação de estresse ou traumática.

O que é crise de ansiedade?

É comum se sentir ansioso em diversas situações cotidianas, como na expectativa para algum encontro, na preparação de um trabalho importante ou no recebimento de alguma notícia. Entretanto, quando isso se torna frequente ao ponto de dificultar tarefas diárias, a ansiedade deixa de ser uma característica para se tornar um transtorno.

Cerca de 20 milhões de brasileiros sofrem de algum transtorno de ansiedade Na maioria das vezes os quadros de ansiedade começam na infância ou na adolescência, mas pode começar na idade adulta. O trantorno de ansiedade generalizada (TAG), contudo, é considerado patológico, comprometendo a saúde física e emocional. As preocupações e medos passam a se tornar constantes e irreais, ultrapassando os perigos verdadeiros.

Quando essas sensações dominam a mente e gatilhos específicos são ativados, podem gerar a crise de ansiedade, ataque de ansiedade ou ataque de pânico. Então, essa crise é caracterizada por uma profunda sensação de insegurança, mede e descontrole.

É como um curto-circuito gerado no corpo e na mente, provocando uma descarga de noradrenalina e adrenalina pelo organismo. Essas substâncias são responsáveis, junto com outros processos, pelas manifestações físicas da crise, que duram poucos minutos em alta intensidade.

Sintomas da crise de ansiedade

No momento em que esse alerta é gerado, alguns sintomas mais comuns podem ser percebidos. Entre eles, estão:

  • Palpitação, coração pulsando forte ou acelerado;
  • Sensação de garganta fechada;
  • Suor;
  • Tremores;
  • Falta de ar;
  • Sensação de desmaio;
  • Náusea ou desconforto abdominal;
  • Formigamentos;
  • Dor ou desconforto no peito;
  • Calafrios e sensação de calor;
  • Sentimentos de irrealidade;
  • Sensação de afogamento ou sufocação;
  • Despersonalização (sentir-se fora de si mesmo);
  • Medo de perder o controle ou enlouquecer;
  • Medo de morrer.

Essa demonstração extrema de tensão dificilmente acontece uma só vez para quem possui histórico de ansiedade ou pânico. Muitas vezes associado ao transtorno conhecido como agorafobia, os ataques de pânico ou crises de ansiedades podem acontecer devido à uma situação específica de estresse ou momentos traumáticos. Ou seja, estando em um local muito movimentado, um espaço fechado, em um meio de transporte, em pontes ou alturas elevadas.

Algumas vezes a crise de ansiedade aparece sem aviso e sem motivo aparente, apenas como consequência do transtorno de ansiedade generalizada, como uma descarga de emoções acumuladas. Aproximadamente 70% dos casos de crise está associado à depressão e pode levar a outros transtornos, como a síndrome do pânico ou o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).

Como diferenciar os sintomas da crise de ansiedade do infarto?

Quem está passando por uma crise de ansiedade costuma relatar uma forte sensação de dor no peito, muito parecida com a do infarto. O ataque cardíaco acontece quando as artérias que irrigam o coração sofrem algum problema, como o entupimento, e são impedidas de levar sangue até o músculo, que começa a morrer. A dor intensa no tórax é consequência dessa ação.

Essa pressão forte no peito desencadeia, logo em seguida, dores nos ombros, nos braços, no queixo e no abdômen. A sensação se diferencia dos ataques de pânico no sentido de ser uma pressão mais profunda e associada a outras dores físicas. Além disso, é possível que essa dor se estenda por até 20 minutos

Como controlar a crise de ansiedade?

Passar por uma crise não é nada fácil e pode ser extremamente amedrontador. Para quem passa por ataques constantes ou convive com pessoas que têm episódios de crise, é fundamental conhecer formas de aliviar os sintomas e acalmar o paciente até que ela se dissipe. Seguem algumas orientações que podem ajudar nesse sentido:

1. Desvie a atenção dos sintomas

Um dos principais motivos para que a crise de ansiedade se torne mais intensa é começar a se preocupar ainda mais ao pensar nos sintomas que estão surgindo. A dor no peito começa a parecer como um infarto e isso vai gerando ainda mais medo, acelerando o coração e aumentando o impacto. É fundamental desviar a atenção dos sintomas e focar em uma atividade específica, como o controle da respiração.

2. Diminua o ritmo da respiração

Assistir nosso peito subindo e descendo rapidamente pode se tornar desesperador. Durante uma crise, começamos a respirar rápido demais, causando hiperventilação.

Nesses casos, é primordial inspirar e expirar lenta e profundamente, a fim de diminuir o estresse e fornecer mais oxigênio ao cérebro, aumentando a concentração. Isso diminui a sensação de asfixia e incapacidade de respirar.

Quando notar que uma crise se aproxima, segure a respiração, coloque uma mão sobre a barriga e a outra sobre o peito e comece a respirar devagar, utilizando o diafragma. Inspire pelo nariz, segure a respiração por três segundos e expire pela boca lentamente.

Você deve sentir o abdômen subindo e descendo. Mantenha esse ritmo de respiração até sentir relaxamento muscular e clareza de pensamento.

3. Relaxe os músculos

A tendência imediata de uma pessoa passando por um ataque de ansiedade é de contrair os músculos como forma de defesa, entretanto essa contração acaba trazendo mais dores e desconforto, intensificando a sensação de peso.

Depois que a respiração estiver controlada, procure iniciar o processo de relaxamento muscular. Volte a sua atenção para os músculos, relaxando um por vez a partir da expiração. Comece com a cabeça e o pescoço e passe para as áreas mais afetadas pelo estresse, como o maxilar, boca, nuca e ombros.

4. Se distraia

Outra atividade comum durante uma crise é passar um turbilhão de pensamentos pela cabeça, causando uma sobrecarga emocional. A descarga de adrenalina desperta nosso sistema nervoso e deixa a mente alerta.

A saída para isso é diminuir o ritmo dos pensamentos criando distrações externas a ele. Se estiver com alguém conhecido, tente começar uma conversa e prestar atenção somente nela.

Se estiver sozinho, tente contar de 1 a 10 repetidas vezes, cantar uma música, recitar uma história, fazer listas ou qualquer outra atividade mental que te tire do problema.

5. Use a imaginação guiada

Pense em um lugar que você se sinta em paz e relaxado. Enquanto pensa nesse lugar, continue adicionando detalhes à cena. Foque toda a sua mente no campo da imaginação. Esse tipo de atividade é muito eficiente para desligar sua mente dos sintomas da ansiedade e acalmar a respiração.

Como tratar a ansiedade?

Quando uma crise de ansiedade ou ataque de pânico acontece, a melhor forma de tratamento é entrar em contato diretamente com um psicólogo ou psiquiatra. Se forem muito graves e durarem muito tempo, é  fundamental que um profissional especializado em saúde mental seja contactado.

As crises podem ser sinais de outros transtornos, como a síndrome do pânico ou transtorno de ansiedade generalizada. De fato, um dos tratamentos mais comuns e eficazes é a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Este tipo de terapia é focada no ensino de como identificar e substituir modos negativos de pensar e reagir a situações.

De tal forma que você aprende a reconhecer quando os pensamentos não condizem com os fatos e quais são as maneiras úteis de pensar e reagir. Em alguns casos, o médico ou psiquiatra pode receitar medicações que controlam a ansiedade se outros métodos não tiverem dado resultados aparentes.

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